domingo, 24 de novembro de 2013

Introdução
“Pretendo sair desse mundo do mesmo jeito que entrei. Sozinho e com nada.
Vou lhes contar uma história, a minha história.
Meu nome é Emerson, Emerson Carneiro.”
E assim se inicia a história desse jovem que um dia será velho, mas transcreve a história de seu desenvolvimento.

Até mesmo essa introdução é transcrita pelo escritor, o que torna difícil falar de mim mesmo, mas prometo que vou tentar.

Uma autobiografia, meu testamento, minha história. Preciso viver para escrever, escrevo o que vivi, talvez uma inspiração de criação humana e desenvolvimento. Espero trazer orgulho e servir de inspiração para muitos assim como muitos me inspiraram para viver dessa maneira.

Viver de que maneira?

A vida não tem roteiro, não deixo que me digam o que devo fazer. Não tenha medo de recomeçar, de conhecer uma nova cultura, religião, pessoas. Para encontrar o novo, o desconhecido, você precisa se perder.

Eu sei que você irá se perder nas minhas histórias e em alguns momentos você irá se encontrar. A dica que eu te dou é que você não me siga, pois eu estou perdido, mas quero lhes contar o que encontrei.
Se você como eu quiser conhecer todas as coisas se prepare para coisas boas e ruins. Por isso lhes adianto que essa não é somente uma história engraçada, uma história de amor, uma aventura ou algo investigativo. Essa é a minha história.

Não pense que me conhece, pois como já disse estou perdido e nem eu me conheço.
Não sou o cara mais bonito, mais legal ou mais engraçado.

Sou um ser único e especial como você.

Aproveito esse desabafo para pedir desculpas, já que sei que tenho muitas a pedir.

Peço desculpas a aqueles que me amaram e eu não pude retribuir, talvez tenham me conhecido no momento errado e não pude lhes dar atenção, já que para escrever um livro tão grande como esse, precisei viver.

Peço desculpas a aqueles que eu decepcionei e que lendo esse livro se decepcionem com algumas coisas, sou humano e admito.

Peço desculpa a aqueles que eu amei. Como eu disse sou humano.

E esse humano deixa pra vocês essa história que será a melhor que você já leu.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Algumas Pessoas Nascem...

“Pretendo sair desse mundo do mesmo jeito que entrei. Sozinho e com nada.”

Vou lhes contar uma história, a minha história.
Meu nome é Emerson, Emerson Carneiro.

1992, diziam ser um ótimo ano para se nascer, eu não entendia muito bem o porquê, mas com o meu desenvolvimento percebi que grandes guerras eu não presenciei.

Nome não tão comum que foi escolhido por meu avô japonês, minha mãe queria que meu nome fosse Igor, mas na época Igor foi um cara que matou sua própria mãe, então meu avô, o “homem da família”, aqueles que foram sempre reservados, mas quando abriam a boca todos paravam para ouvir, pois utilizava de palavras sábias, disse que Emerson é nome de gente inteligente, bem sucedida.

Engraçado é que além do nome, meu signo também fala que eu sou um homem inteligente, penso muito, bem comunicativo que, aliás, eu sou de Gêmeos.
                                                                                     
٭1992

O mundo começou pelo menos pra mim e minha história reduzida é mais ou menos assim:

O Ginecologista de minha mãe era um japonês engraçado e na hora do ultrassom ele disse pra minha mãe:

- Huuum é um menino hein, nossa, mas você não pode fazer parto normal não hein... Neném muito cabeçudinho (agora imagine essa frase com um sotaque japonês.).

Há ai eu nasci né, tive uma criação bem caseira com vizinhos legais filhos da Dona Jove, que era uma senhora com quatro filhos onde para eles ficarem com as garotas me levavam junto com eles e as garotas ficavam:

-Ai! Que neném fofo!

Cresci ouvindo Mamonas Assassinas e assistindo as corridas de Ayrton Senna.

Depois disso nos mudamos para onde eu moro até hoje, nossa minha casa onde eu moro hoje, era um terreno vazio, cheio de cana-de-açúcar, a nossa casa agora para o que era antes... Nossa... Ninguém reconhece.

O legal é a história dessa casa.

Meu pai conheceu a minha mãe na empresa onde ele trabalhava a indústria Panco. Que já foi uma das principais redes de panificação.

Meu pai como a maioria dos brasileiros veio da região nordeste com a esperança de encontrar algo bom, meu pai nunca disse, mas pelos boatos de minha mãe o meu pai era um Mauricinho do Ceará, pois meu avô era dono de terras por lá.

Chegando em São Paulo a Las Vegas do Brasil, meu pai entrou com um cargo pequeno na Panco e para arranjar uma grana extra meu pai vendia balas de revólver para policiais, onde na mão do meu pai eles pagavam um valor mais barato do que através dos meios legais.

Na Panco como a maioria dos Carneiros aprendemos rápido e somos bons no que fazemos, meu pai começou a observar o trabalho de alguns mecânicos de manutenção, como somos bastante amigáveis, meu pai teve algumas dicas e com um empurrãozinho da amizade entrou na equipe da mecânica.

O dono da Panco Sr. Franklin é um cara com muita grana, diziam até que ele era chato e ignorante com seus funcionários.

Mas ele tinha um filho que era super humilde, gostava de conversar e todos gostavam dele, meu pai e ele viraram melhores amigos.

Minha mãe era uma mulher ferrada que viveu em meio da malandragem, apanhava quase todos os dias seja de suas tias bêbadas ou de sua mãe irritada com os homens que passavam por sua vida ou por ter sido humilhada em seu trabalho.

Minha mãe é uma mulher dotada de criatividade e maquiavelismo que brincava com bonecas de pano e blocos de barro, onde as menininhas com uma vida melhor que a dela a menosprezavam e de vingança minha mãe roubava suas bonecas e faziam elas se matarem colocando uma a culpa na outra.

Mesmo quando criança minha mãe ajudou na criação de seus quatro irmãos (José Lopes, Neil Armstrong, Daniel Lopes e Adriano Lopes.).

Como naquela época as fábricas apenas colocavam placas na porta da empresa e as pessoas apenas colocavam seu nome em uma ficha que nem era lida pelo entusiasmo dos mesmos, minha mãe entrou na Panco, onde viu que meu pai estava se dando bem e era um cara bonito, se conheceram, saíram e minha mãe deu então o golpe da barriga o que de primeira não deu certo, pois ela perdeu o filho por conta de uma eclampsia, mas ela tinha que segurar esse pote de ouro, então eu nasci.

Ainda na barriga da minha mãe eles tiveram um belo casamento, minha mãe realizou seus sonhos e o amigo do meu pai filho do Sr. Franklin deu de presente de casamento essa nossa linda casa, digo que ela é uma herança dos Carneiros.




Infância

Fui criado humildemente, com poucos amigos no começo (amigos daquela rua.) e poucos amigos no fim, pois minha mãe brigou com as fofoqueiras da rua, sendo que nessa rua só tem fofoqueira.

Minha mãe tem a teoria que criança só aprende depois de uma bela surra, meu pai não gostava muito dessa teoria dela, mas ele era meio ausente em casa, pois sempre foi muito dedicado ao trabalho e sabe essas pessoas do norte, que usa aquela filosofia de que o homem trabalha e a mulher cuida da casa... Ele a usava, sendo assim levei muita surra da minha mãe.

Nossa minha mãe me arrebentava!

E como criança, eu era muito curioso.

Era tipo:

Eu: - Mãe! O que é caralho?!
Mãe: - Olha essa boca menino! Pooooof!(som de tapa.).

Mas eu nem sabia o que era caralho!

(Caralho: Segundo a Academia Portuguesa de Letras, "CARALHO" é a palavra com que se denominava a pequena cesta que se encontrava no alto dos mastros das caravelas, de onde os vigias prescrutavam o horizonte em busca de sinais de terra.)

Na verdade depois de um tempo eu nem ligava mais, até hoje entre ficar ouvindo sermão ou levar uma surra prefiro levar uma surra, já não ligo mais para dor, odeio aquelas pessoas se esperneando por conta de dor. É uma sensação que eu já passei e não sinto mais aquela emoção de uma surra bem levada, com essa coisa na minha cabeça eu aprontava demais!

Lembro de um dia que eu coloquei um grampo de cabelo na tomada e meu dedo polegar ficou meio murcho e com cheiro de pé queimado. E pior! Eu fiquei de castigo. Em casa havia um quarto que era e minha mãe me deixou lá no escuro me colocando medo, falando que o Chuck, o boneco assassino de quem eu morria de medo ia me pegar.

Falando no Chuck, hoje esse boneco é um idiota. Quando eu era criança só de ver o comercial desse filme eu já saia correndo pela casa. Tipo criança pelada correndo por que ligou o chuveiro e tava na água gelada.

Eu também sempre demorava a terminar de comer, minha mãe sem paciência ficava lá do meu lado falando para eu comer com uma cinta na mão. Apesar de tudo tenho uma educação exemplar, muitas pessoas da vizinhança quando tinham aquelas brigas com seus filhos falavam de mim, que eu era um bom garoto, não perturbava ninguém, sabe como é né, essas coisas de que a grama do vizinho é bem melhor.

Uma coisa interessante que eu percebi com um acontecimento, é que a minha mãe gostava muito de mim, esse ocorrido foi no dia em que eu fugi de casa, foi mais ou menos assim:

Houve um dia em que a minha mãe havia preparado miojo e eu como sempre, fiquei enrolando para comer, minha mãe ficou brava e me fez comer de uma só vez, então eu vomitei...

E ela me fez comer de novo.

Fiquei muito bravo aquele dia e planejei fugir de casa e ir para a casa de minha avó. No outro dia de manhã, fui embora de pijama e um lençol embaixo do braço. Por eu não conhecer muito bem as ruas, acabei indo para o lado errado, resolvi então voltar para casa, mas eu fui para uma quadra de futebol que tem perto de minha casa, conheci um garoto e nós até jogamos bola. De repente apareceu um Paraíba da minha rua que estava me procurando e disse:

- Oh bichinho! Venha cá, venha! Vô ti leva pra casa!

Chegando lá a casa estava cheia de gente e minha mãe ao me ver se ajoelhou e começou a agradecer a Deus.

Eu fiquei ali parado e já estava preparando uma rota de fuga pensando que ia levar uma surra, e todos ficavam me perguntando o que havia acontecido e eu falei que “não me lembrava”.

 Tipo bandido que mesmo sendo pego em flagrante fala que não sabe o que aconteceu.

Então uma tia minha que é fofoqueira, disse que em nossa família havia sonâmbulos. Tenho que agradecer aquela linguaruda! Eu nunca pensaria em uma desculpa daquelas com 7 anos.

Então todos acreditaram que eu havia sonâmbulado!

Inclusive minha mãe me levou ao médico e ele disse que por eu querer sair e conhecer lugares, meu corpo agiu pela minha cabeça e ele pediu para minha mãe me dar mais liberdade, fazer as coisas que ela não costumava me deixar fazer.

“Consegui então a tão sonhada liberdade.”

Lembro como hoje o meu primeiro dia de aula.

O nome da minha escola onde fiz o prézinho era recanto dos priminhos, onde eu pensava que eu ia morar lá e nunca mais ia sair dalí, coisas de crianças no primeiro dia de aula... Havia uma menina que eu não lembro o nome dela, mas lembro que ela era feia pra burro!

Tive aula com a professora Magali, teve muitas brincadeiras!O único problema era na hora do lanche. Eu sempre era o último a terminar e ficava lá sozinho degustando o sabor do meu Yakult.

Prefiro demorar pra comer do que virar um Denis! Ele era um amigo meu que na adolescência ficou folgado. Ele cagava nas calças quase todos os dias na escola e tinha que tomar banho com a diretora...Que era uma velha feia pá poxa, olha que elas só faziam isso porque era uma escolinha particular.

Tenho muitas lembranças desse tempo, sei que foram bons, alguns momentos meus de reflexão sinto a nostalgia de ter sete anos.

Ocorreu um fato marcante nessa época.

Eu sempre fui filho único até os sete anos, pois a minha mãe ficou grávida de uma menina, já que ela tinha que tirar o útero por motivos de saúde e antes ela resolveu me dar uma irmã, que eu sempre quis!

Eu não poderia ter pedido um boneco do Power Rangers ou até mesmo um carrinho?

A partir daí começaram meus problemas, pois filho único é sempre mimado e ganha tudo aquilo o que quer e meu posto foi ocupado por ela, lembro que no começo foi bom, pois eu aprontava e colocava a culpa nela e não acontecia nada comigo e nem com ela... Mas como assim não acontecia nada com ela? Eu apanhava pra caramba, e ela só levava broncas, literalmente ela era muito mais mimada, lembro de uma vez que a minha mãe me disse que não ia bater nela, pois já tinha aprendido a criar filho!

Em alguns aspectos é bom ser o irmão mais velho.

Aspecto bom: Você que manda!
Aspecto ruim: Você foi a fase de testes.

Os anos se passaram e a minha fase de pintura a dedo estava acabando.

Fui para uma escola pública, pois as escolas particulares que tinham na redondeza alagavam.

Na 1ª séria tive aula com uma professora que tinha um problema no pé horrível, e tudo o que ela passava eu já sabia, pois ensino de escola particular é outro nível, ela ficava me fazendo testes, me mandando ler textos e ela queria me mandar para a 3ª série!

Só que com esses problemas de saúde dela (Furúnculo no pé.), ela teve que ficar afastada e se tratando de escola pública tive aula com muitas professoras uma cobrindo o buraco que a outra deixava.

Pelo motivo de eu ter um ensino mais avançado eu acabei sendo o nerd’s da sala, mas sabe aqueles bem nerd’s mesmo que não fala com ninguém, mas eu tive um problema de saúde que me afastou um pouco desses momentos torturantes na escola, tive uma crise de apêndice aguda, minha mãe dizia que a dor da apêndice aguda, é como a dor da morte. Legal né... Eu senti a dor da morte, fiquei cerca de 2 meses afastado daquela escola, já que a professora queria me avançar para 3ª série e eu estava na segunda, não perdi muita coisa, e logo após a cirurgia e o tempo de repouso, iniciou-se as férias, isso era um alívio, pois isso quer dizer que eu não seria mais o nerd’s por 1 mês.

Nossa, eu tenho muitas lembranças dessa época, todas em família, minha vó tinha uma casa na Vila Ré e tinham várias árvores lá, havíamos o mascote da família, o cachorro Rex, toda a família adorava ele, minha avó havia ensinado uns truques para ele e na infância de minha mãe, ela tropeçou no Rex e quebrou o dente da frente, hilário né, até hoje ela culpa o meu tio.

Tenho ótimas lembranças da Vila Ré, eu e meus primos brincávamos muito, nossa e meus tios são demais, tenho um tio que é viciado em vídeo games e fazia amigos fácil, único problema é que não sabe desfrutar de sua esperteza, seu nome é Adriano o famoso Piu-Piu ( Minha mãe culpou ele quando quebrou o dente.), também tenho um tio muito legal, meio tímido e com medo da vida, mas muito legal e trabalhador, há e ele também é gago pois caiu quando criança, seu nome é Daniel o famoso tio Dan-Dan (ele ia dizer seu nome e falava Dan-Daniel.) também tenho meu tio Júnior muito zuero e sabe que perdeu boa parte de sua vida, depois que casou e teve filhos, ele tem 2 filhos o Bruno que é o mais velho e que na infância brincávamos muito e no final ele sempre acabava me batendo, pena que quando chegou na adolescência ele ficou bobo e pretende casar com uma mina que tem bigode, o segundo filho de meu tio que é o mais novo é o Lucas... Nosso todo Lucas é atentado, mas ele tem um bom coração e não é apegado em coisas materiais, também tenho o tio Ney que ganhou esse nome porque nasceu no mesmo dia em que o 1º homem pisou na Lua, esse meu tio tem 4 filhos três homens (Marcos, Rafael e Gabriel) e uma menina (Gabriela) O Marcos sempre se achou um boyzinho e me recordo de um dia em que a casa deles alagou e vieram pedir abrigo aqui em casa e ele veio sem o chinelo, pois perdeu na correnteza, o Rafael é muito legal, sabe como usar de sua grande esperteza, o Gabriel é o garoto problema e ele é feio pacas e burro ainda.

Desse modo minha avó por parte de mãe tem 5 filhos 4 homens ( Piu-Piu, Dan-Dan, Ney, Junior) e uma Menina que é a minha mãe (Silvana) todos são filhos de um outro casamento, pois hoje ela é casada com um japonês que pelas minhas contas já morou 12 anos no Japão.

Meu avô biológico eu tive o prazer de conhecer com consciência por volta de meus 7 anos.

Ele era um homem com aparência jovial, alto e magro. Parecia feliz.

A situação não era agradável. Fui conhecer a minha bisavó. Uma senhora que não podia sair da cama. Não falava e entendia muito pouco, somente quando alguém falava no seu ouvido.

Eu olhei nos olhos dela e ela me disse muita coisa. Parecia que ela gritava atrás das grades de seus olhos.

Na verdade minha avó teve 2 filhas mulheres.

Meu avô portava uma arma. E sem querer a arma disparou dentro de casa.

O tiro não atingiu a Adriana (Nome da irmã da minha mãe, minha tia.), mas o som a deixou em choque e ela faleceu.

Mas voltando, a minha infância... Foi a melhor junto com a família, coisa que hoje já não é uma coisa tão bonita, pois aqui eu lhe digo, aproveite os momentos, aproveite ser criança, a melhor parte disso tudo é se lembrar depois, pois a vida é feita de pequenos momentos, mesmo que esse momento não lhe traga uma lembrança muito boa, mas vai dizer se você não lembra a primeira vez que você foi roubado ou da primeira vez que você pensou na morte e ficou com medo, lembro desse dia como hoje...

Um silêncio na casa... Foi coisa de 1 segundo de pensamento, então apenas se ouviu um choro, minha mãe e meu pai vieram ver o que havia acontecido, então eu perguntei:

- Mãe... Pai... Um dia vocês não vão estar mais aqui comigo?

Os abraços do meu pai naquela época eram tão bons, tão quentes, tão pai.

Naquele dia eu aprendi que nada é eterno, tudo tem o mesmo fim, apenas escolhemos caminhos diferentes para chegar ao fim.

Depois de aprender que nada é eterno, aprendi que uma coisa era eterna!

“Algumas coisas, nós nunca esquecemos.”




O  Nerd

Na escola eu era o nerd onde todos só me faziam perguntas sobre a aula, mas por algum motivo uma garota muito linda chamada Vitória gostava de mim.

Eu era apenas uma criança, não sabia muito dessas coisas sobre o amor e a tratava como uma amiguinha... Pufff... Que idiota, mas ela foi à primeira garota que eu beijei gostei. Isso na 3ª série!

Acredito que muitos tenham beijado pela primeira vez gostado de alguém lá pra 5ª série e se você usa óculos só na 7ª, mas por algum motivo homens sempre dizem que beijaram ou perderam a virgindade antes. Na 6ª série um amigo meu dizia já ter transado enquanto brincávamos com aqueles skates de dedo.

A Vitória e eu éramos tão ligados que um dia eu paguei uma coca-cola pra ela e fizemos competição de arroto.

 Na 3ª série tive aula com a professora mais exigente da escola, ela passava muita lição, era muito chata! Essa foi a época que inventei mais doenças para não ir a escola. Fazia mandingas para ela faltar, lembro do dia em que me agarrei ao portão da escola fazendo um escândalo para não entrar na escola.

Ela passava tanta lição que o meu dedo ficava amassado, ficava com o formato do lápis, mas eu não era o único, tinha um amigo mongolóide, viciado em jogos, mas era gente boa... O nome dele era João, ele tinha um nariz bem grande. Nossa era muito grande! Lembro de um dia ir na casa dele para jogar vídeo game e ele me mostrou debaixo do colchão um monte de lição de casa que ele escondia, nenhum aluno gosta de bons professores, mas ela não era muito santa não.

Ela agredia os alunos em momentos de impaciência, ela dava beliscões, puxões de cabelo.

Engraçado é que em escola particular as professoras lavavam a bunda dos alunos.

Quando fomos para 4ª série a Vitória foi para Curitiba e lá estava eu sozinho de novo.

Foi um ano bem longo, os professores já nos preparavam para a 5ª série, onde não usávamos mais lápis e sim canetas, enchiam nossas cabeças de contas, só para que nós ficássemos com aquela cara de aluno preocupado com a álgebra, coisa de ensino médio, onde no dia da prova todos perguntam se o amigo estudou.

Mas por saber que eu era inteligente, eu nunca tive medo de lição, eu aprendia tudo tão rápido via as pessoas em minha volta se matando de estudar parece que não entendem que é apenas aprender e depois aplicar.

É estranho quando você estuda com pessoas desde pequeno. Parece que elas nunca crescem.
Uma pessoa que estudou desde sempre comigo, mas eu nunca prezei sua amizade foi o Leandro.

Ele usava uma mochila do Pokémon naquela época, tinha uns olhinhos grandes e apesar de forte fisicamente era fraco emocionalmente.

Apesar de eu não parecer muito religioso, quando criança segui o caminho do catolicismo.

Fiz a catequese, perseverança e crisma junto com o Leandro.

Todas essas etapas foram concluídas em cerca de 4 anos da minha vida.

Hoje eu sou um cara que... Acredita em Deus.

Na verdade eu acredito que...

Se você for do tipo religioso, não é que eu haja algo contra, é simplesmente uma filosofia minha e uma forma de acreditar em Deus.

É que sei que protestantes são fanáticos por religiões, pois uma de suas doutrinas é não viver “para o mundo”.

Eu não gosto dessa teoria ridícula, pois se Deus criou o mundo, por mais cruel que o mundo pareça ser, Deus quer que conheçamos as suas criações.

É como se Deus fosse uma montanha...

Viciados em religiões, nesse caso digo católicos, budistas, protestantes... Ficam venerando a montanha.

Deus quer que escalemos a montanha, encontremos perigos, que tenhamos escolhas.

Para no momento do ponto alto, venha aquela pergunta:

- O que você fez da sua vida?

Acho necessário ao ser humano ter algo a confiar, ou que exista um lugar capaz de controlar essa maldade do homem.

Nietzsche vai me odiar, mas a religião é um bem necessário.

Imagine um mundo somente de Nietzsche’s?

Mas quer saber mesmo o que eu acho sobre religiões?

Conheça todas, encontre uma que te faça bem, uma que traga a paz que você procura. Não há nada de errado nisso.

E isso é tudo que vão escutar sobre religião nesse livro.

Quando criança eu adora brincar de bonecos.

Tinha uma imaginação incrível, viaja nas brincadeiras... Eu era capaz de ficar horas no meu quarto brincando de bonecos.

Os que eu mais gostava eram os bonecos que vinham no Maclanche feliz.

Um dia na escola um menino chamado Diego levou um boneco muito legal! O boneco era um vilão de gelo do Batman o Mr. Freeze.
Você adquiri amigos a partir de um ambiente de convívio. Quando você sai do ambiente, percebe quem são seus verdadeiros amigos.

Seja em uma escola, em um curso, em um ambiente de trabalho... Algumas pessoas só passam pelas nossas vidas, talvez elas não queiram mais caminhar com você, ou escolheram outros caminhos, ou você as deixou para trás. Que seja! É assim.

Após aquela cena onde eu procurava a minha liberdade e fugi de casa, minha mãe começou a me levar para a escola poucas vezes e como esses garotos eram da minha escola, fazíamos o mesmo caminho e começamos a conversar e irmos juntos para a escola.

Eric e Diego eram muito arteiros. O Eric era pior e eles viviam brigando.

Brincávamos por horas com nossos bonecos. Minha mãe não me mimava tanto quanto o Diego era mimado pela mãe dele que tinha muitos bonecos.

E acabou me dando o Mr. Freeze que na época eu chamava de Dr. Batata.

Naquela época eu havia um vídeo game Sega Saturno de CD. O que era sensação naquela época.

Minha mãe não me deixa jogar vídeo game, pois por ter um irmão que era viciado em vídeo games, odiava esses aparelhos. Ela dizia que os vídeo games estragavam a TV.

Então eu levava o meu vídeo game e jogava na casa do Diego.

Às vezes o Eric ia também.

E então com essa amizade com o Diego ele acabou me mostrando uma coisa que eu não entendia nada.

Já que como eu disse antes não tinha muito contato com meu pai.

Descobrimos alguns filmes na casa do Diego que pertenciam ao pai dele.

Descobri o filme pornô.

Quando vi aquilo, achei estranho... Era uma coisa nova... A primeira vez que eu vi, não entendi nada.

Só sabia que se o pai do Diego chegasse estaríamos ferrados.

Não adianta pensar besteira, pois não acontecia nada sexual. Nós apenas assistíamos e íamos entendendo algumas coisas.

Foi estranho, mas foi uma coisa que eu talvez levasse mais tempo para descobrir.

Depois disso o Eric também encontrou pornografia na casa dele... Eu só não entendia por que tinha pornografia na casa dele se ele era criado só pela mãe.

Talvez ela fosse safada... Sei lá... Só sei que eles ficavam trocando filme pornô tendo apenas 11 anos.

Apesar de ter crescido em uma era de evolução tecnologia, eu digo que aproveitei bem a infância.

Brinquei muito na rua, assistia VHS, soprei muita fita, adorava o som de um vinil e passava as férias na casa da minha avó.

Graças ao Diego a minha 4ª série não foi tão ruim.

Como o Eric morava em uma casa que era alugada, foi embora pouco tempo depois.

Fui para a 5ª série e mudei de escola, pois a que eu estava só ia até a 4ª série, então eu fui para a Escola Pedro Taques... A partir daqui as histórias mais legais começaram.

O Diego não foi para a mesma escola que a minha. Acabamos nos afastando e depois de um tempo a sua família se mudou, pois a sua irmã mais velha teve um envolvimento com coisas ilícitas e foi presa.

Esse ano antes da escola aconteceu uma coisa diferente.

Minha casa é muito grande, a minha esquerda mora a Vera, uma das poucas vizinhas legais daquela rua e na direita mora a Zezé, uma mulher que a minha mãe costumava chamar de “cobra Zezé”, pois ela era uma fofoqueira e muito falsa.

Atrás da minha casa, onde era meu quarto, dava uma vista para um muro de uma casa, que sempre vinha um pessoal diferente, eu sempre torcia para que viesse uma menina gata, mas sempre vinham uns Paraíbas.

Um dia vi que alguém estava se mudando, vi que tinha um menino que ficava andando na sua moto de plástico.

Em uma tarde, aprontando como sempre eu estava brincando de ninja com um cabo de vassoura e quando usei uma das técnicas que o Mestre Miag me ensinou eu quebrei a porra do muro!

E ficou um buraco!

Lembro que o menino estava andando na sua motinha e quando fiz o buraco ele se assustou e olhou diretamente pra mim.

A partir desse dia ficávamos chamando um à atenção do outro, até começarmos a brincar.

Seu nome eu não lembro, mas sua mãe e todo mundo o chamava de Guto, ficávamos conversando até altas horas da noite, jogávamos baralho, contávamos histórias, ele vinha na minha casa para jogar vídeo game, eu ficava em uns blocos e ele em pé na cadeira, ficando assim encostados no muro.

Toda a noite da janela de meu quarto via a luz se acender e sua mãe saía para lavar roupa e ascender um cigarro.

Eu há achava muito bonita para o seu marido, seu nome era Sandra, só que não lembro o nome de seu marido e pai de Guto. Ele era legal, quando via meu pai trocavam altos papos, seu irmão e tio de Guto também era muito legal e divertido, ele era desses solteirões jogadores de dominó que só passam na casa dos parentes para comer.

Guto havia também uma prima, dela eu lembro o nome. Talita! E por sinal ela era linda. Ele tinha primo chamado Felipe, um moleque meio doido, mas muito legal.

E principalmente não poderia me esquecer do Pex! O seu cachorro. Um vira – lata malhado, muito bonzinho.

Lembro do dia em que o tio do Guto nos levou na sorveteria.

Bom dia aquele!

Brincamos a tarde inteira sem nenhuma maldade ou preocupações com o tempo e qualquer forma de exibicionismo material humano.

Em uma noite, Pex não parava de uivar.

Hoje eu sei por qual razão Sandra amava os cigarros.

Você vê aquele pacote de cigarros?   

Tudo aquilo que é necessário saber sobre a vida está entre essas quatro paredes.   
   
Uma de suas personalidades é aquela que seduzem os delírios de grandeza.

Um pacote dourado de cigarros longos com um distintivo real. Uma insinuação atraente de fascinação e riqueza. Uma sugestão de sutileza que os cigarros são seus reais e leais amigos. E isso é o falso.

Sua outra personalidade o tenta se centrar na outra face da moeda.

Com letras em negrito com um fundo branco, aparece a declaração que esses soldados firmes da morte querem o matar na realidade. E isso... É o verdadeiro.   
   
A sedutora da beleza chamava Sandra, à morte e ela era viciada em sua canção de sirena cativante.
   
Sabemos que no início o que é doce, ao fim está amargo... E o que está amargo, ao fim é doce.

Preferimos os cigarros, pois eles demonstram logo de cara seu lado negro.

Mas pessoas e cigarros por piores que sejam, são tão viciantes.
   
Isso é a razão que eu e vocês adoramos os cigarros.

Sandra também era viciada na sua canção.

Passou uma noite inteira internada, diziam que suas veias estavam tampadas, seu pulmão podre.

Meu Pai subia as escadas para o telhado quando viu o rosto do Pai de Guto em desespero.

Disse que sua mulher havia morrido.

Guto foi para minha casa sem saber de nada, ficamos jogando vídeo game, dizia que o pessoal que estava chorando eram uns bobos, pois sua mãe logo estaria em casa.

Seu Pai entrou, abraçou Guto e disse:

Mamãe morreu filho.

Mamãe morreu...

Depois daquele dia nunca mais vi Guto.

Já estava me acostumando com essa coisa de a cada pessoa uma aventura nova, me acostumando a aprender coisas e terminar sozinho em um momento de reflexão.

Continuei sendo um Mongo na 5ª série, mas por sorte tinham outros mongos, lembro da Wênia. Uma Paraíba horrível, mas fazer o que né era o que eu tinha no momento.

Eu ficava no canto da sala só observando, comecei a ver pessoas diferentes, outros pensamentos, na 2ª série não brincávamos com garotas, ali os meninos se achavam os melhores brincando com elas.

Fui o melhor aluno na 5ª série, ganhei olimpíadas de Astronomia e prestei provas em outros lugares, sempre fui daqueles que odiava copiar a lição bastava apenas um exemplo que eu já entendia tudo.

 Mas eu estava passando por um problema. Minha mãe comprava bons materiais no começo do ano esperando que eles durassem até o fim do ano e por algum motivo minhas canetas estavam sumindo. Minha mãe ficava fula da vida sempre ia às reuniões e falava disso, aliás, minha mãe adorava ir às minhas reuniões, pois só ouvia elogios e puxa-saquismo.

Dentre os puxa saco, uma das boas professoras (E põe boa nisso.) era a professora Wilma, ela tinha lindos seios, cabelo bonito, e vivia me testando, mas eu sempre me saia bem, para falar a verdade enquanto professores me ensinavam uma coisa, eu lhes ensinava muitas coisas.

A 5ª série foi um ano onde eu estava conhecendo o ambiente, entendendo as pessoas, haviam os playboyzinhos que eram os caras mais queridos das patricinhas, de boa aparência e com a marca Nike a vista.

Como já dito haviam as patricinhas que eram as garotas mais bonitas da sala, mais metidas e normalmente mais burras da sala.

Um grupo interessantes eram as semi - patricinhinhas que eram uma espécie de patricinhas rejeitadas que por mais que gostassem de maquiagem e lessem revistinhas de signos, não tinham aquela ganância das patricinhas.

As semi – patricinhas se dividiam em alguns grupos:

- As totalmente burras;
- As inteligentes, mas não eram bonitas;
- As patricinhas, bonitas, semi – inteligentes e legais.

Nos grupos dos chatos sempre havia um líder valentão por trás:

- Os viciados em esportes;
- Os roqueiros;
- Os ladrõezinhos, de mau caráter;
- Os retardados (Eu odiava esse grupo. Eram uns moleques que nunca cresciam. Faziam brincadeirinhas de socos e outras brincadeiras nada inteligentes.).

E por fim como sempre:

- Os Nerd’s. Excluídos de todos os grupos. Só serviam para serem zuados.

O meu grupo!

Passei de ano tranquilamente e fui assim para a 6ª série onde a sala era diferente e o pior...

Pegaram o meu lugar.

Então eu sai de onde estava, e fui sentar com o Felipe, Charles e Gláucio os moleques mais idiotas da sala(Os retardados.), sai daquele grupo rapidamente, pois só queriam colar de mim e ficavam com o tipo de brincadeira que eu odeio até hoje, sabe aquelas brincadeiras de soco...? Então, essas!... Sai depois de dar um soco no Felipe e quase ter quebrado o seu óculos fundo de garrafa.

Sentei-me então atrás dos “ladrõezinhos, de mau caráter”: Washington, Denis e Maycon. Esse Washington tentou folgar comigo e eu não aceitei! Ele acabou me batendo com a bolinha de pebolim, mas eu continuei ali, ele mal ia pra escola mesmo, lembro de um dia que ele roubou a loja de Doces e veio se esconder dentro da escola, mas foi preso.

Fiquei sentado atrás do Maycon. Um moleque inteligente, que vivia brisando e que só estava com aqueles moleques porque era “Maria vai com as outras”, mas era um cara legal, lembro que a primeira vez que vi ele, achei-lo com cara de passarinho por ter um nariz pontudo e que apontava para baixo. Um dia eu estava sem nenhuma caneta e pedi emprestado pra ele...

Lembro que primeiro ele foi na carteira da Nadia (Uma roqueira bonitinha da sala.) e deixou um bilhete, voltou e me emprestou uma caneta...

Que por sinal era minha! (Encontrei o Filho da Mãe que roubava minhas Canetas!).

Bem... Depois disso eu e o Maycon começamos a fazer trabalhos juntos, sentarmos juntos... Viramos amigos! O Maycon me ensinou um pouco de malandragem e malícia. Me ensinou até a roubar, lembro que nessa época que estávamos virando amigos entrou um moleque muito nerd’s que morava em Poá, ele era daqueles nerd’s que não tirava a cara dos livros, e queria memorizar as coisas ao invés de apenas querer entendê-las, foi o primeiro nerd’s que eu zuei.

Não é querendo me gabar, mas sou bom com as palavras, só faço brincadeiras inteligentes, algumas palavras pra mim valem mais do que um soco. A partir daí o Leandro que estudou no primário comigo e não conversávamos, começou a querer andar conosco, outro que se juntou a nós foi o Alan, a partir daí fomos atraindo outras pessoas, todos queriam falar com a gente. Eu ainda não tinha alcançado aqueles moleques que as garotas gostavam, mas para quem não tinha nada...

Comecei a fazer coisas mais públicas, como concursos de melhor pintura, gincanas... Essas coisas de escola, mas fiquei famoso mesmo depois de começar a fazer coisas radicais!

Adoro ser um cara radical! Os moleques da 8ª série faziam uma espécie de cama com seus braços. Eu pulava de bruços e eles me jogavam no alto... Muito alto na verdade.

Esses moleques mais velhos nos chamavam para tirar uma onda com a nossa cara, mas não conseguiam, pois eles nos achavam muito engraçados, nos apresentavam para vários outros amigos!

Fiquei conhecido mesmo quando descobri que podia dar uma volta com o meu braço de 360° e todos queriam ver na hora do intervalo. Abriam até uma roda para me ver.

Eu e meu parceiro Maycon estávamos no auge do humor, mas aprendi uma coisa importante.

O Alan veio zuar comigo e eu não deixei barato... Zuei ele do mesmo jeito que ele me zuou.

Não é todo mundo que aceita brincadeira.

Ele não gostou nem um pouco! Ele brigava como uma mulher, só queria arranhar... Na verdade, cerca de 1 ano depois ele se transformou, começou a andar com a Nadia, assumiu que era gay e virou emo... Acho que foi por que eu dei muito soco na cabeça dele aquele dia.

Eu e o Maycon mudamos de lugar, fomos sentar atrás dos moleques que as garotas gostavam:

Felipe, Lucas, Vladimir e o Almôndega.

O Almôndega era apenas amigo do Vladimir, mas as garotas não davam muita bola para ele, sendo assim o Almôndega era o que falava mais com agente, mas ele era muito chato e feio, ele tinha esse apelido porque era moreno e gordinho, tinha também um dos dentes da frente quebrado, e nós apenas o suportava, mas como o Vladimir era amigo do almôndega ele acabava entrando em nossas conversas.

Nós faziamos aquele moleque rir de um jeito que eu nunca mais vi ele rir. Para alcançarmos nosso objetivo faltava apenas virarmos amigos do Lucas e Felipe. O Lucas ouvia as nossas piadas e dizia aquelas frases de gente gorda:

- Essa foi boa!

Nós mal ouvíamos o Felipe falar, ele apenas falava no ouvido das garotas e elas davam risadas.

O Vladimir todo dia queria ouvir algo engraçado, e já que eu e o Maycon fazíamos várias coisas legais era fácil, mas o Lucas não queria falar com a gente. Um dia ele veio falar e eu entendi o por que...

Veio ele com o Felipe e então o Lucas disse:

-Eai moleques, ta vendo essa marca aqui? É Plasma! E o Felipe vem cada dia com um.

O Felipe fez uma cara de quem não gostou daquilo que ele disse.

Eu então entendi como o mundo funciona... Aparência. Pedi para minha mãe comprar umas marcas para mim e ela comprou, mas tem uma marca que uso desde criança e eu não a deixei de usar que é All Star, foi a única coisa que eu não troquei.

A minha vizinha de frente, era uma das poucas amigas da minha mãe naquela rua, ela tinha três filhos, um marido careca, e dois cachorros da raça “Fox Paulistinha”, era uma raça de cães de pequeno porte, ela tinha um macho e uma fêmea, mãe e filho... Que cruzaram e tiveram outros filhotes...

Minha mãe já havia dito que queria uma cachorrinha fêmea, mas cerca de uma semana após o nascimento, a vizinha disse que daria a fêmea que havia guardado para minha mãe para um parente, fiquei triste, pois minha irmã era chata e ter um animal seria muito legal.

Bem, por fim a tal pessoa da família resolve dar uma olhada em seu futuro cãozinho, que seria meu.

Lembro de ver da janela, um carro chegar e ouvi uma mulher bajulando os cachorrinhos.
Ouço o carro sair e cerca de 30 minutos depois a vizinha chama a minha mãe e diz que caso ainda haja interesse que poderíamos ficar com a cachorrinha, pois a tal parente achou a cachorrinha feia e ela não gostou nada desse comentário... Disse para ela vir pegar o cachorrinho semana que vêm, pois o animal estava desmamando.

Ela era magrinha, olhos grandes, rabo encaracolado, ela era meio desengonçada. Uma graça.

Minha mãe escolheu o nome de Dahra e dizia que seu nome inteiro era Dahra Adora Dá.

Ela é rápida, engraçada e não muito inteligente, mas muito leal, lembro de ficar horas fazendo carinho nela, brincar com ela com uma bolinha de ping-pong, por qualquer descuido ela fugia e por ser rápida me fazia de bobo correndo atrás dela, lembro dela passeando e ver apenas o seu rabo encaracolado na esquina da rua.

Em casa as coisas vão meio estranhas, lembro de quando havia problemas e minha mãe adivinhava e me perguntava o que eu tinha, hoje sei resolver meus problemas, mal tenho comunicação com a minha família, tava afim apenas usar a casa pra comer e dormir, acabei esquecendo um pouco o que é família e me importei mais para o mundo.

Queria aprender coisas novas, conhecer pessoas, lugares, sensações. Coisas de adolescentes.

Na nossa vida existem pontos marcantes, como em um filme americano existe o baile escolar...

Todo ano na escola tínhamos um baile para comemorar a festa junina, mas não comemorávamos apenas com danças festivas, chapéus de palha e camisas xadrez. Uma das principais e mais queridas comemorações era a dos anos 60.

Garotos de jaqueta de couro, jeans, all star, cabelo com gel ao lado de uma garota linda com um vestido estampado de bolinhas.

Quem organizava essa dança era a mãe do Lucas, onde o evento da escola que ele quisesse participar ele participava já que a sua mãe organizava a maioria.

Uma regra criada pela própria professora era a que só alunos da 8ª série podiam dançar a dança dos anos 60, exceto se os garotos da 8ª série chamassem garotas de séries inferiores para dançar com eles ou se uma garota da 8ª chamasse um garoto e é claro que o único sem esses requisitos que podia dançar essa música era o Lucas.

Eu sempre gostei desse estilo anos 60, acho que combina comigo, mas já que eu não poderia dançar eu me conformava com a dança típica de São João! Com uma garota de voz irritante e um jeito de menina do nordeste.

Lembro dos garotos mais velhos buscando as garotas bonitas de nossa sala. Lembro ter que parar o nosso ensaio para que a turma dos anos 60 ensaiasse, era tão legal, tão descontraído... Era um ritmo que fazia o sangue ferver! Nesses momentos eu me sentia tão feio... Tão idiota.

Lembro de perguntar a Professora se eu poderia dançar anos 60 e ela dizer que sua turma já estava cheia e minutos depois um casal aparecer do nada e dançar.

Ela era tão filha da puta que para mimar seu filho a professora resolveu fazer uma dança dos anos 60 especial para ele, onde só os mais próximos dele e de idade parecida poderiam dançar, eu não fui chamado... Então continuava com aquela dança idiota com aquela menina irritante e sempre quando a outra turma ia ensaiar eu parava para assistir.

Eu ficava ali até um pouco depois da aula vendo a outra turma ensaiar. Uma garota veio me perguntar se eu queria dançar com ela, eu não estava a fim de pedir de novo para aquela professora me deixa dançar. Então com toda a educação, recusei o convite.

Próximo ao da da apresentação a professora queria conversar comigo.
Ela disse que o par de uma garota não poderia ir até o dia da apresentação e já que eu conhecia os passos da dança se eu poderia ser o par da garota.

Eu ia recusar, mas a garota era linda lembro-me de seus olhos verdes, ela se chamava Dayane e usava brincos em formato de espada, voz suave e pele macia. Perfeita.

Não precisei de muito ensaio, pois já que conhecia todos os passos e eu estava muito empolgado, não via à hora de fazer a apresentação.

Então, aconteceu uma coisa que eu não me conformo até hoje. Não é que o filho da mãe (pra não falar outra coisa.) do Lucas estava cansadinho de ensaios e resolveu que não ia se apresentar mais!(Coisa de gordo.) Seu pedido foi uma ordem, não teve mais a dança especial... E pior! Eu tive que dançar aquela porcaria de quadrilha com aquela menina irritante.

FILHO DA PUTA SE EU TE VER NA RUA VOU TE ARREGAÇAR!

Após esse episódio de decepção, em sala de aula o Lucas começou a me dar mais atenção...

Todos aqueles garotos eram burros, principalmente o Lucas, que só passava de ano porque sua mãe era professora, mas ele pedia minha ajuda para tirar nota boa e ganhar presentes dela.

Teve um dia que fizemos um trabalho e ele teve que ir à minha casa, quando ele entrou em minha casa, me achou melhor do que o Felipe pensou que eu era rico e tudo.

Quando aquele gordo chegou na sala de aula, ficou falando isso para os outros alunos, as pessoas me olhavam meio desentendidas e aquilo foi muito pra mim.

Até hoje sou do tipo de cara que você não dá R$1,00, mas após eu te observar e abrir minha boca para expor opiniões, as pessoas ficam confusas.

O ser humano é um ser burro.

Prefere se sentir superior a um ser de sua própria espécie. Mesmo que isso prejudique a nossa evolução.

Imagine o que seria do mundo se as pessoas ao invés de se preocupar com a marca de tênis que usa, se importasse com o porquê que algumas pessoas não tem um tênis.

Não tenha dó de uma pessoa pobre, odeio essa palavra “dó”.

Quando você tem dó de alguém, é porque você até pode ter feito algo, mas não vai fazer.

Você tem dó de alguém que está apanhando, dó de alguém passando fome, dó de alguém pobre.
Eu odeio que tenham dó de mim.

Por que isso significa que eu não fui forte o bastante e tem outras pessoas me olhando que perderam a esperança em mim.

Não sou forte fisicamente, na verdade não gosto de usar da violência, mas seja forte.

O que te gera mais recompensa seja financeiramente ou pessoalmente é o seu investimento intelectual e não o físico.

Não estou dizendo para deixar a sua saúde de lado, pois o corpo precisa estar em equilíbrio com a sua mente.

O que estou tentando dizer e o homem que mais desenvolveu o seu intelecto disse, é o seguinte:

 “A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original.”.
(Albert Einstein.)

Voltando as pessoas de baixo intelecto...

O Lucas conhecia as garotas que eu queria, ele era melhor do que o Felipe, pois o Felipe era meio tímido e o Lucas falava mais.

Fiquei amigo das garotas, eu e o Maycon éramos os legais para elas, o Maycon ainda se deu melhor com elas do que eu (em termos de amizades), pois eu sabia que todas ali eram falsas, só queriam passar de ano e serem mais “populares”.

Uma regra básica entre homens e mulheres:

“Mulheres usam maquiagens, pois homens gostam de ver coisas bonitas. Homens mentem, pois mulheres gostam de ouvir coisas bonitas.”

Fechei assim então a 6ª série.

Eu já não era tão bobo referente às mulheres, aprendi que o ser humano valoriza mais o que você tem do que aquilo que você faz, tinha uma irmã, fiz amigos... Estou crescendo e me formando como pessoa.

Com o término da escola vinham às férias e eu sempre ia para casa da minha avó. Nossa era demais! Ficava acordado jogando vídeo game com meus tios, dava uns rolés de carro com eles... E meus tios sempre foram moleques! Ficavam mexendo com as garotas, me davam conselhos, me ensinavam artimanhas, essas coisas de tio, o legal que eles eram os únicos que ainda moravam com a minha avó e da minha avó eu ganhava muitos mimos e comia bem.

Meu tio Dan-dan me dava dinheiro e ficava me falando pra fazer coisas certas e outras coisas que ele nunca fez. No dia de voltar pra casa eu sempre chorava, minha mãe falava para eu ficar apenas uma semana e eu acabava ficando 1 mês.

Bem mas eu também tinha outras diversões. Acredito que nossas mães querem mostrar sensações novas para os filhos, acho que elas gostam de ouvir:

- Nooooossa mãe, eu nunca vi isso, vamos de novo!

Gritava essa frase quando ela me levava no parquinho de Itaquera, eu me acabava ali!

Eu também tenho a minha avó por parte de Pai. Minha avó é muito legal, ela também me dava dinheiro, meu avô ficava na porta brincando comigo de não me deixar passar...

Lembro-me de um dia que estava dormindo lá, eu tinha cerca de 9 anos...

Meu avô teve um ataque cardíaco e vi na fresta da porta meu pai e meu tio carregando ele, para colocá-lo no carro, naquele dia vi como é morrer.

Meu avô Marcondes Carneiro da Silva era um homem forte, cuidou de toda sua família, um líder por natureza. Orgulhava-se de não ter nenhum cabelo branco.

Apesar da tristeza de perder alguém que eu adorava, fiquei feliz, pois pelo o que minha avó me disse, ele fez tudo o que quis.



O  Descolado

As férias acabavam e eu não tinha nada contra a escola e voltava de boa.

Acabava escrevendo bastante naquele texto de como foram as suas férias...

Na 7ª série eu já estava bem enturmado, tinha amigos não só da minha sala, mas de todas!

Onde eu passava as pessoas me cumprimentavam, davam tapinhas nas minhas costas e eu beijava bebês.

Bem... 7ª série... E eu não tinha ficado com nenhuma garota...

Meus hormônios já estavam borbulhando!

Foi então que entrou A GAROTA MAIS GOSTOSA que eu já tinha visto! E por sorte ela caiu na minha sala... Seu nome era Ingrid, nossa ela era tão encorpada assim, tão gostosa!

Em menos de 2 meses  ela já estava no grupo das patricinhas e eu a vi ficar com um primo de uma das patricinhas da sala, o Primo da Dayane.

Ela era tão sensual beijando ele... Uou! Não demorou muito e ela terminou com ele. E sabe o moleque que estudava comigo e cagava nas calças? Ela também ficou com ele!

Mas logo terminou...

Eu já falei que essa garota era muito gostosa? Mas então... Ela era MUITO GOSTOSA!

Até que em uma tarde na casa dela, ela estava preparando canjica...

E a panela de pressão explodiu bem na cara dela! Passaram 6 meses para sua recuperação.

E quando ela voltou, as patricinhas não quiseram mais se sentar com uma garota deformada.

Triste...

Mas é brincadeira! Ela dormiu gostosa e acordou gostosa!

 Até que em um belo o dia eu e o Lucas tínhamos zuado pacas! E ele olhou para Ingrid e disse:

Beija o Emerson!

E eu pensei que ele tava zoando, mas para minha sorte “ela” não estava... E então...

UHU!!!...Beijei a garota mais gata da minha sala!

Era meio estranho, parecia que tinha anoitecido... Era uma coisa nova e era bom.

Fiquei dando uns beijos nela por uma semana, as garotas não acreditavam que ela estava ficando comigo, mas ficamos.

Ela me ensinou a beijar. Posso dizer hoje que beijar é a minha especialidade.

As garotas que vieram depois da Ingrid agradecem!

Além de mulheres bonitas a popularidade incomoda as pessoas...

Na nossa sala havia uns moleques que não conseguiam passar de ano, por exemplo:

 Rodela e o Alex

Lembro que eles sempre foram folgados e teve um dia que vieram folga com a gente (Eu e o Maycon) e nós revidamos com piadas inteligentes. O Rodela arrastou o Maycon para o canto e deu um soco no estômago dele e disse:

- Isso que da me zoar!

Eu estava longe conversando com as meninas e só cheguei depois que o Maycon tinha levado o soco.

Depois desse dia o Maycon ficou traumatizado como se tivesse despertado uma ira dentro dele...

Eu vi ele batendo em moleques três vezes maiores que ele!

Lembro de um dia em que ele brigou com o Limão (Leandro que levou esse apelido por chorar demais e ter olhos grandes, que quando ele chorava pareciam estar espremendo limões.) e ele pegou um lápis e enfiou no peito dele... A ponta do grafite ficou cravada no peito do Limão.

O Maycon dizia estar nem ai para a pessoa na hora da briga. Houve um dia que ele brigou com outro Felipe (Já é o terceiro da história.) aonde no meio da briga ele deixou o moleque pelado no meio da sala!Eu ri muito naquele dia.

Todo mundo da sala já tinha batido nesse moleque (inclusive eu.) hoje eu vejo esse moleque na outra sala (mudou de sala de tanto apanhar)... Virou um mongo.

É...

Na escola eu não era um otário como em casa, que pega a cinta para sua mãe bater em você mesmo, implorando para que ela não te bata... Ela te sugere uma proposta no caminho:

1. Se correr você apanha mais;
2. Se gritar você apanha mais;
3. Se ficar calado você apanha do mesmo jeito.

Eu corria gritando enquanto eu me olhava e via em meu corpo vermelhidões de cintadas.

Sim, eu apanhei. Mas foi por uma boa educação. Apanhei da minha mãe, mas não apanhei de polícia ou de bandido na cadeia.

Em casa eu era o Emerson que em todo o fim de semana vai para a casa da avó sorrindo pra jogar vídeo game com os tios, mas na escola eu não era o Emerson. Eu era o cara que as garotas queriam ter como filho, um garoto fofo, que valia a pena dar uns amassos e que os garotos queriam como irmão, eu era o Carneiro.

Sou um ser em constante evolução. Que mal há nisso?


“Quando era garoto após uma surra bem levada, trancafiado em meu quarto questionando Deus não via a hora de ser homem, agora que sou homem sei por que sempre quis ser homem”.


Na escola o Felipe (amigo das garotas) começou a conversar mais comigo, ele era muito engraçado, mas ele era do tipo que gosta de zoar só entre amigos, comecei a levar ele para conhecer outras pessoas o que ele acabou gostando!

E para concluir, teve um dia que o Felipe Mané (aquele que eu tinha dado um soco.) veio folgar comigo e quando eu já ia partir pra cima dele, o Felipe entrou no meio, deu um tampa nele e mandou-o calar a boca.

Percebi que entre todos os moleques ele era o que não queria só passar de ano nas minhas costas, queria um amigo confiável, vi que ele gostava da minha amizade com o Maycon e também nos tornamos amigos daí em diante, lembro-me de uma frase que significa muito pra mim até hoje, que foi o Maycon que me disse:

“Temos colegas que arrumamos em qualquer esquina só para passar o tempo, mas temos aqueles que são amigos de verdade que você pode confiar e duram para sempre.”

O Maycon e o Felipe eu os considerava grandes amigos.

Bem... Daí em diante meu circulo de amizade só aumentou, todos gostavam de conversar comigo, as garotas me achavam um cara legal, interessante... E daí, você sabe como é né...

Houve um dia que todas as garotas estavam encostadas na parede e pelo incrível que pareça... Eu beijei todas, uma na frente da outra.

Eu me senti naquelas fantasias masculinas onde um homem quer uma noite sensual com 3 mulheres.

Já que eu estava no ápice da juventude, tinha que aproveitar mesmo.

Mas hoje eu me arrependo um pouco disso, pois elas eram apenas bonitas, mas eram vazias, sem objetivos. Só não me arrependo tanto, pois eu me exibo até hoje sobre isso, mas não sei se faria de novo e isso foi bem no finalzinho do ano, ou seja, um bom fim para a 7ª série.
(Não, eu não me arrependo! Eu era jovem e aproveite bastante!)

Lembro que na 7ª série todos achavam a Dayane a maior gata! O Maycon fez até uma poesia e recitou para ela. Foi hilário, mas eu também fiquei xavecando ela a 7ª série inteira, para no final do ano ganhar... Um beijo simples.
Acho que isso também deve ter me traumatizado, pois vejo muitos garotos no pé das garotas pedindo um beijo, implorando...  Eu se a garota quiser tudo bem, caso contrário tudo bem também.

Falando nisso... Lembram-se daquele bilhete que o Maycon deu para a Nadia quando eu o conheci?...

Um dia eu estava assim de boa e ela passou por ele e disse:

-Ei Maycon! Tenho aquela cartinha guardada até hoje...

E o Maycon me confessou que era uma cartinha de declaração de amor, cheia das poesias e olha como as coisas são... Ela virou Lésbica!

Não sou um cara muito meloso, acho que se você mimar demais alguém, não dará oportunidade para que a outra pessoa te mime também.

Acho que o gostar deve ser recíproco, companheirismo e além de tudo é preciso firmar regras do tipo de relacionamento que você quer manter para que se tenha o respeito.

E é entrando nesse universo perigoso cheio de musas que termina a 7ª série e por um momento eu parei para pensar o que eu já tinha feito e pensei...

Tudo o que eu tento eu consigo, coloquei então uma coisa na minha cabeça... Quero conhecer lugares, pessoas, raças, culturas, comidas, ter novos conhecimentos... Fazer história, viver eternamente assim...

Mesmo com esse pensamento filosófico e positivo às vezes me achava errado, pois eu só queria ser amigo de algumas pessoas para ter uma história com elas, mas todos adoram esses momentos históricos comigo o que tornava a troca de histórias recíproca e me fazia continuar.

O vício é o mal da sociedade.

O meu vício é não ter vícios... Procuro o prazer que o “novo” me proporciona.

O novo é algo totalmente contrário ao vício, já que o vício é o uso constante de algo de mau hábito ou de ação indecorosa.


Espero que não proíbam o novo, pois caso ao contrário eu seria o traficante.

Antes de começar a 8ª a série eu estava meio preocupado, pois esse era o último ano que eu estudaria a tarde e as pessoas do período da manhã são mais maduras. É uma nova fase da vida...

Mas eu já estava tão apaixonado pelas coisas novas que até perdi o medo. Lembro que quando entrei na minha nova sala da 8ª série, eu entrei todo estiloso e já cheio de histórias.

Já que as minhas férias foram às melhores de todas, fui a muitas festas, fiquei com garotas lindas e eu falava para os moleques todo cheio de mim!

Só sei que eu estava disposto para as aulas, com a bolsa cheia de cantadas novas, a cabeça cheia de outros pensamentos...

Na 8ª série muitos alunos haviam mudado de sala e outros haviam entrado no lugar, mas logo fiz amizades com todos, pois eu já tinha aprendido a malandragem de chegar às pessoas, não tinha mais vergonha e também tentava não ser aquele cara chato sabe?

Nessa época eu coloquei na minha cabeça que queria ficar famoso.

Montei com o Maycon um programa na internet chamado “Clubinho”. A ideia do programa era bater um papo com meu amigo com a câmera ligada sobre assuntos legais e da atualidade.

o fez muito sucesso, mas foi legal!

Eu e o Maycon sempre fomos os “inteligentes malandros” e a sala inteira passava de ano por nossa causa!

Uma vez o Maycon simulou uma briga lá fora, por ter deixado o Caio pelado (Caio é um moleque lerdo das ideias e ainda fazia academia e várias artes marciais, pois seu foi um grande lutador de boxe e ele queria seguir seus passos, pena que ele não era um lutador muito bom.), e fez o professor sair da sala...

Quando o professor saiu eu fechei a porta, peguei o diário do professor e eu aumentei a nota de toda a sala... Foi hilário.

Eu fiz uma chamada... Foi tipo assim:

Eu: - Alex!
Alex: - Presente.
Eu: - Parabéns! Você acaba de tirar nota 8!


Eu e o Maycon sempre fazíamos modinha e os outros saiam nos copiando por ai.